
Leituras de Judith Butler
Christine Greiner (organizadora)
Formato: 14x21 cm, 168 páginas
ISBN: 978-85-391-0795-7
Para Butler, aquilo que move politicamente alguém é sempre o momento em que o sujeito ou o coletivo asseguram o direito à vida. É justamente quando não há nenhuma autorização prévia existente e nenhuma convenção parece viável. Assim como para Michel Foucault, uma de suas referências mais importantes, isto vale para a normatização das sexualidades, dos sujeitos e para todas as relações de poder, sejam elas explícitas ou camufladas.
É este perfil subversivo que interessa a esta coletânea de ensaios escritos por autores brasileiros que atuam em áreas diversas, transitando da psicanálise à comunicação e às artes. Mais do que um legado ou revisão bibliográfica de Butler, busca-se um acionamento de questões que parecem relevantes quando pensadas localmente.
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Como pontuou Butler em Precarious Life (2004), somos o tempo todo desfeitos uns pelos outros. Se isto não acontece, é porque estamos perdendo alguma coisa. O corpo implica em mortalidade, vulnerabilidade, agenciamento. A pele e a carne nos expõem ao olhar dos outros e também à violência. É corporalmente que vivemos este risco de sermos acometidos por todos e, ao mesmo, de agenciarmos essa mesma violência que nos aterroriza. Vivendo sempre em relacionalidade estamos abertos ao outro, independente da nossa vontade e o único modo de fortalecer esta vulneralibilidade é evitando a imunização ao coletivo.
Talvez esta seja uma questão menos explorada pelos leitores de Butler, mas que ainda pode se tornar absolutamente fundamental, sobretudo em contextos políticos como os da América Latina, em que o traço colonial tantas vezes ainda se faz presente, criando ambivalências entre a autonomia latente da multidão e o temor da precariedade da vida.
Christine Greiner
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